Comércio exterior do Paraná tem pior desempenho em quatro anos

Tradicionalmente setembro costuma ser um mês de queda nas exportações da indústria paranaense. Levantamentos da Fiep de anos anteriores confirmam este cenário. O que preocupa é que o último estudo mensal revelou que, além da queda acentuada de um mês para outro, houve redução também em relação ao mesmo mês de 2017 e no acumulado do ano.

Em setembro, as exportações paranaenses somaram US$ 1,372 bilhões. As importações chegaram a US$ 1,128 bilhões. O saldo da balança comercial manteve-se positivo em US$ 244 milhões, porém, 34% abaixo do valor registrado em agosto.

A taxa de crescimento das exportações do estado teve queda nos três períodos avaliados. Foi de -22%, em relação a agosto - o pior resultado dos últimos quatro anos analisados. Também houve redução em setembro em relação ao mesmo mês de anos anteriores, -11%, índice melhor apenas que os -20% de 2014. Em 2017, nesta mesma época, havia crescimento de 23% nas exportações paranaenses em relação ao ano anterior. E, confirmando que o ano não está favorável, no acumulado de janeiro a setembro, a queda foi de 1,6%. Porém, no mesmo período do ano passado, havia registro de elevação de 18% no comércio exterior do estado.

“Há vários fatores que podem explicar este resultado ruim. Uma delas é a redução das exportações para a Argentina, um dos principais parceiros comerciais dos produtos paranaenses. Só neste ano foram mais de 20% de queda nas vendas para lá. O momento é de acompanhar se esta tendência de queda permanecerá nos próximos meses”, avalia o economista da Fiep, Evânio Felippe.

Os principais produtos comercializados no mês foram soja, carnes, madeira e material de transporte. Em dois deles houve queda nas negociações. A venda de carnes teve baixa de 9,5% em relação a setembro de 2017. Já material de transporte teve redução de quase 40% no mesmo período. Provavelmente, por conta da diminuição das exportações para a Argentina, principal mercado dos produtos paranaenses no segmento automotivo.

Já em relação às importações, produtos químicos, petróleo, material de transportes e de mecânica foram os principais itens comprados. Houve crescimento de 26% na importação de produtos químicos, estima-se que defensivos agrícolas, adubos e fertilizantes para o agronegócio. E de 36% de material de transporte, provavelmente, peças e componentes para atender aumento de demanda do mercado interno, já que aproximadamente 60% dos itens da produção automotiva são importados.

De janeiro a setembro, as exportações paranaenses somaram em torno de US$ 14 bilhões, contra US$ 9,2 bilhões das importações. O resultado aponta queda de 1,6% nas vendas externas e crescimento de 5,7% nas compras externas, em relação a igual período de 2017. Destaque para a exportação de petróleo e derivados, alta de 538%, principalmente para o mercado chinês, e de bebidas, 64%, sendo o maior volume para a Itália.

Na avaliação de setembro com o mesmo mês de 2017, o resultado do petróleo foi ainda melhor, cerca de 1700% de alta. Madeira foi o segundo produto mais vendido pelo estado, com 18% de elevação. O Panamá foi o principal destino do petróleo paranaense e, os Estados Unidos, da madeira.

Quanto às importações, no acumulado do ano, na comparação com o ano anterior, destaque para a compra de açúcares e produtos de confeitaria, com crescimento de 45%, especialmente da China, e papel e celulose, 24%, a maior parte da Alemanha. No resultado de setembro, destaque para importação de bebidas, crescimento de 76%, principalmente da Alemanha, e de 36% em materiais de transporte, da Argentina.

Como destaques negativos, houve redução nas exportações de cereais, 65%, e de açúcares e produtos de confeitaria, de 43%, de janeiro a setembro deste ano, em relação a igual período de 2017. Na avaliação mensal também foi registrada queda de 97% nas exportações de cereais em relação a setembro de 2017, e de 51% de açúcares, sendo o Canadá o destino da maior parte da produção.

O Paraná também reduziu em 60% a compra de carnes e produtos do complexo soja do exterior, em setembro, assim como de carnes e bebidas, no acumulado do ano, de 40% e 36%, respectivamente.

No geral, o principal parceiro comercial do estado é a China (soja), seguida por Argentina (automóveis), Estados Unidos (madeira) e Holanda (soja). E os principais fornecedores são China (produtos químicos), Estados Unidos (petróleo), Argentina (veículos de transporte de mercadorias) e Alemanha (automóveis de passageiros).

Fonte: www.oparana.com.br

23/11/2018 às 09:57