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Bahrein escolheu o Brasil para abrir a sua primeira embaixada na América Latina e pretende reforçar o relacionamento com o País a partir dela. Ainda haverá uma solenidade de inauguração, mas embaixada do Bahrein em Brasília funciona desde agosto deste ano e seu encarregado de negócios, Bader Alhelaibi, esteve na sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, na capital paulista, nesta segunda-feira (03), para planejar ações para reforçar os laços entre os Brasil e Bahrein.
Alhelaibi afirma que a decisão do seu país de abrir uma embaixada no Brasil não é de hoje e sempre foi uma vontade das autoridades do Bahrein, que consideram o Brasil um país importante nas áreas econômica e industrial. Daí a decisão de fazer do País a sede da sua primeira embaixada na América Latina. Em entrevista à ANBA, o diplomata lembrou que o Brasil é membro do G20, grupo formado pelas maiores econômicas do mundo.
Alhelaibi pretende trabalhar para colocar em contatos empresários do Brasil e do Bahrein, com a promoção de fóruns bilaterais. Ele começou a discutir com a Câmara Árabe a possibilidade de realização de uma primeira iniciativa no ano que vem: um fórum no Bahrein no qual os dois países poderiam apresentar os seus projetos para atração de investimento estrangeiro e discutir possibilidades de comércio exterior. Ele levará a ideia para o governo do Bahrein e acredita que esta poderá ser a primeira de muitas ações neste sentido.
O encarregado de negócios afirma que o Bahrein dá muitas facilidades para investidores e que há interesse em atrair capitais estrangeiros para as áreas de educação, saúde, energia, turismo e construção. O país trabalha para levar ao seu território escolas e hospitais internacionais. Na outra mão, o Bahrein também tem interesse em investir no Brasil e realizar os fóruns seria uma possibilidade para os brasileiros explicarem em que áreas buscam investimentos. Os dois países ainda não têm grande fluxo de investimentos, exceto algumas iniciativas, como o Banco ABC Brasil, controlado pelo Arab Banking Corporation, do Bahrein, que tem sede em São Paulo.
O Bahrein tem interesse em mais comércio com o Brasil e pode vender para o País produtos como petróleo e derivados, além de alumínio, joias e pedras preciosas, segundo Alhelaibi. O país árabe tem uma das maiores indústrias de alumínio do mundo, a Alba, e é famoso na produção de pérolas. O encarregado de negócios acredita que o Bahrein pode comprar do Brasil produtos como alimentos, entre eles proteínas e grãos, além de bebidas. Ele ainda vê possibilidade de negócios em energia solar, área no qual vê o Brasil bem avançado.
O Bahrein também quer atrair turistas latino-americanos. O diplomata conta que o país recebe muitos visitantes de regiões como Europa, Estados Unidos e Ásia, mas poucos turistas da América Latina. Alhelaibi lembra que o Bahrein é uma ilha, com lindas praias por todos os lados, e conta que há no país muitos shopping centers, os melhores restaurantes do mundo, museus que mostram a cultura e a história do Bahrein e os mercados públicos. “O povo do Bahrein é muito simples e recebe todos de braços abertos”, disse ele.
Com apenas quatro meses no Brasil, o diplomata Alhelaibi conta que confirmou no País a imagem que já tinha – e que também o governo do Bahrein tem – da importância econômica do Brasil. Ele desembarcou em São Paulo, onde se deparou com uma vida ativa, com a cidade em funcionamento 24 horas, lembrando Nova York, e depois foi para Brasília, onde viu outro tipo de cotidiano, com a cidade tranquila. Alhelaibi gosta muito de São Paulo, mas também se diz admirador da estrutura de Brasília e de seu planejamento urbano.
O encarregado de negócios pretende contar com a parceria da Câmara Árabe para incrementar o comércio e os investimentos entre o Brasil e o Bahrein. Ele lembra que a entidade está há muitos anos atuando pelo comércio do Brasil e os países árabes e acredita que ela terá papel fundamental também com o Bahrein. A ideia é que a entidade ajude a embaixada a abrir as portas para empresas do Bahrein no Brasil e que a embaixada auxilie a Câmara Árabe na abertura de mercado para suas empresas associadas no Bahrein.
O Bahrein tem 75% da sua economia baseada no petróleo, mas também possui um turismo e um setor de serviços fortes, além de investimentos importantes nas áreas de saúde e educação. Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) compilados pela Câmara Árabe, o país árabe exporta para o Brasil principalmente fertilizantes, combustíveis, alumínio, plásticos e produtos químicos, e as vendas totais para o mercado brasileiro renderam US$ 101,4 milhões de janeiro a outubro. Na outra mão, o Brasil exportou ao Bahrein principalmente minérios, carnes de frango, coques de petróleo e carne bovina no mesmo período, o que gerou US$ 340 milhões em negócios. A corrente comercial é de US$ 442 milhões.
Na Câmara Árabe, Alhelaibi foi recebido pelo vice-presidente de Relações Internacionais, Osmar Chohfi, e pelo diretor-geral interino, Tamer Mansour, além de outros profissionais da entidade. Ele teve encontros também com representantes de empresas e entidades brasileiras, em uma agenda organizada pela Câmara Árabe neste segunda-feira, com seguimento previsto para terça-feira.
Fonte: ANBA.
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