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Publicado em 28/11/2016
No mercado interno, vendas para o final do ano devem manter estabilidade. Último trimestre responde por quase metade da comercialização anual do produto
As exportações de espumantes brasileiros apresentaram um crescimento de 36,6% de janeiro a outubro deste ano em relação ao mesmo período de 2015. Foram comercializados 153,3 mil litros da bebida para o Exterior. Em valor, o desempenho cresceu 48,7%, atingindo US$ 636,7 mil. Reino Unido, Estados Unidos e Paraguai estão entre os principais destinos do produto. No mercado interno, devido a fatores como quebra de safra e conjuntura econômica, as vendas apresentaram retração de 11,6%, com a negociação de 11,4 milhões de litros. Entretanto, o desempenho comercial de 2016 da categoria apresenta alta de 8,2% em relação à média acumulada nos últimos cinco anos. O último trimestre, que no ano passado concentrou 49,5% das vendas anuais do produto, deve apresentar estabilidade nas comercializações.
O presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Dirceu Scottá, analisa o cenário de vendas de espumantes em duas frentes. Na primeira, o dirigente destaca o aumento das exportações da bebida para alguns dos países-alvos do projeto setorial da entidade em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o Wines of Brasil, o que demonstra recuperação do fôlego no mercado externo e consolida a imagem do país como um produtor de espumantes de qualidade e identidade reconhecidas.
Por outro lado, a queda verificada no mercado interno é justificada pelo presidente devido à quebra de safra de 57%, que aumentou os custos de produção e o preço final, e à crise econômica. "O setor vitivinícola não está descolado da realidade do país e também sofre com o momento conturbado que atravessamos. Nas exportações é cada vez mais visível a nossa vocação para espumantes e a ótima aceitação dos mercados", afirma.
Scottá também valoriza o grande número de premiações – de 2010 a 2015, foram mais de 1,3 mil medalhas em concursos internacionais para os espumantes brasileiros –, a divulgação na mídia e os investimentos das vinícolas em tecnologia que têm priorizado a elaboração da bebida para o resultado das exportações. Em outubro, a Decanter Magazine, uma das principais publicações internacionais do segmento, deu grande destaque para a produção verde-amarela, classificando o estágio atual do desenvolvimento do setor como “histórico e consistente”.
Projeção para o final de ano é de estabilidade nas vendas
O presidente do Ibravin antecipa que as vendas no final do ano não deverão repetir o crescimento registrado nos últimos anos. Entretanto, o fato de grande parte do volume de espumantes serem comercializados no último trimestre pode ocasionar num resultado final de vendas semelhante ao registrado em 2015. "As comercializações neste período costumam ser maiores em volume em função das festas de final de ano, o que pode ajudar nesta recuperação das vendas até outubro", projeta. Para efeitos de comparação, em todo o ano passado, foram comercializados 18,8 milhões de litros do produto, sendo que 9,28 milhões de litros foram efetivados apenas no último trimestre.
O vice-presidente do Ibravin e presidente da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho), Oscar Ló, também acredita numa recuperação nas vendas de espumantes nos dois últimos meses. O dirigente vê com otimismo o mercado para a bebida, apesar da retração registrada até o mês de outubro. "Todos os segmentos apresentaram queda nas vendas, inclusive os espumantes e o suco de uva. Mesmo assim, acreditamos num pequeno crescimento para a categoria e torcemos para termos uma boa safra para podermos equalizar melhor os custos de produção com o preço na gôndola", explica.
Fonte: APEX
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