Acordo sobre Regras Comerciais e de Transparência com EUA fortalece agenda bilateral

O avanço na internalização do protocolo sobre Regras Comerciais e de Transparência no Brasil dentro do Acordo de Comércio e Cooperação Econômica entre Brasil e Estados Unidos foi destaque na Plenária do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos (Cebeu) nesta quarta-feira (17/11). O colegiado é coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e por sua contraparte nos Estados Unidos, U.S. Chamber of Commerce, tem como objetivo identificar temas estratégicos para a melhoria do ambiente de negócios entre os dois países e indicar a agenda prioritária para o comércio bilateral. O pacto celebrado pelo governo dos dois países em outubro de 2020 foi aprovado hoje pelo Senado Federal. O acordo tem como objetivo facilitar boas práticas regulatórias e de combate à corrupção e poderá subsidiar futuras negociações para um acordo comercial mais amplo.


O representante adjunto de Comércio dos EUA para o Hemisfério Ocidental, Daniel Watson, classificou a relação entre os dois países como "extremamente importante e também complexa" e defendeu o avanço em acordos, assim como em outras possibilidades de cooperação, inclusive na promoção de uma economia sustentável. Tanto o acordo como a agenda verde foram destacados também pelo vice-presidente da Seção Americana do Cebeu e presidente para a América Latina da Pfizer, Carlos Murilo. Ele defendeu ainda novas oportunidades colaborativas entre os dois países. Acordo sobre Regras Comerciais e de Transparência


Na avaliação da CNI, embora não tratem de acesso a mercados, os acordos abordam temas de última geração e possibilitam a economia de custos e a ampliação da competitividade na relação entre os dois países. A redução da burocracia, dos custos de transação e dos atrasos desnecessários relacionados ao fluxo comercial de bens, a partir de medidas de facilitação de comércio, proporcionará maior competitividade e eficiência às operações comerciais realizadas entre os dois países. Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), a adoção de iniciativas dessa natureza pode reduzir os custos no comércio internacional em até 14%.


Por outro lado, o estabelecimento de boas práticas regulatórias reconhecidas contribuirá para promover maior transparência, coerência e segurança jurídica para a atividade econômica, com a consequente redução de custos e o estímulo ao crescimento e criação de empregos.


Brasil-EUA e a parceria estratégica


O caráter estratégico da parceria comercial com os Estados Unidos é evidenciado por sua atuação no mercado brasileiro. O país foi o segundo maior parceiro comercial do Brasil em 2020, com participação de 12,4% na corrente de comércio no ano. Os EUA também são o segundo maior destino das exportações brasileiras, e o principal importador de manufaturados e serviços nacionais. Em 2019, US$ 9,1 bilhões de serviços brasileiros foram exportados para o país e US$ 24 bilhões de serviços americanos foram importados pelo Brasil.


O destaque também se dá nos investimentos diretos estrangeiros. Os Estados Unidos são os maiores investidores no Brasil, com um estoque de US$ 145,09 bilhões em 2019. Os principais setores são comunicação, serviços financeiros, energia renovável, automotivo, petróleo, gás e carvão. Entre 2018 e 2019, houve um incremento de US$ 27 bilhões em capitais americanos que ingressaram no país, o que representa um aumento de 23%.


 


Fonte: CNI -Confederação Nacional da Indústria - CNI

19/11/2021 às 13:47